Hoje decidi escrever de novo.
Faz demasiado tempo desde o último post, seguramente porque hoje em dia o grupo topo alterou os modos em que existia e existe. Passo a explicar.
Muitos de nós ao vermos os textos antigos, que são poucos por falta de paciência ou preguiça ou ambas misturadas, certamente lembraremos esses momentos e tantos outros impossíveis de descrever. Mas, acima de tudo, relembramos esses momentos como algo distante e em que eramos pessoas diferentes do que somos hoje.
E ainda bem! Se parar é morrer, então significa que não parámos e continuámos a evoluir, mantendo a nossa essência e tornando-nos homenzinhos.. Seguramente para a maioria de nós já não fará grande sentido falar em grupo topo, talvez isso se tenha tornado uma coisa de putos, cada coisa tem o seu tempo e as expressões e vivências existem enquanto tal no seu momento certo; podem repetir-se no futuro, com as mesmas pessoas e nos mesmos lugares, mas duma outra forma diametralmente oposta, ainda que idêntica.
Por isso, falar em grupo topo dá saudade. Saudade de quando eramos mais novos, com menos (ou outras) preocupações, quando íamos a outras discotecas, quando contávamos mais os trocos (alguns ainda os contam na mesma), quando aguentavamos as borgas com uma perna às costas, quando as viagens em grupo eram em modo super económico (ainda que continuem a sê-lo devido à conjuntura económica mundial), quando lutávamos por sair do controlo parental, quando muitas das coisas que fazíamos tinham muito de "primeira vez" e por aí fora.
Mudámos de sítios, mudámos de residência, mudámos de hábitos, de preocupações, de dores de cabeça e angústias com o futuro, mudámos de carro, de estilo, de corte de cabelo, pusemos barba, tirámos bigode, cozemos rasgões nas calças e comprámos mais camisas, mudámos de sítio onde almoçamos, mudámos de pessoas com quem almoçamos, mudámos até de emprego, de namorada ou de casa. Mudámos, mudámos, mudámos. E ficámos tão iguais! E isso é bom, único e indescritível, pois isso é precisamente a essência do nosso grupo, topo ou como lhe quiserem chamar, que faz de nós quem somos, invejados ou não, experientes, presentes em todo o lado e em todas, é isso precisamente que faz da nossa amizade algo tão sólido e especial.
Assim, a saudade que tenho e espero que tenhamos todos do tal grupo topo, é uma saudade boa, que se alimenta de cada momento que passamos com os amigos e que se renova à medida que todos vamos crescendo. Na verdade, continuamos sempre em mudança e os tempos de amizade entre todos nós são hoje claramente outros, já nenhum de nós vive unicamente centrado nos amigos e em função deles, mas tem naturalmente outros interesses, dado que, como será natural, vivemos na antecâmara de uma nova fase: trabalhar, casar, ter filhos. Não digo isto porque seja abrangente a todos nós, mas porque entendo que será um padrão que orientará a maioria de nós. E não falo do casar e ter filhos no sentido de que isso é morrer para o mundo e o fim das amizades, mas precisamente uma fase marcante em que as amizades se transformam e os verdadeiros amores pelos amigos se concretizam em algo que, aí sim, se sabe que durará para sempre.
Não sei se este é o entendimento de todos nós, os alegados membros do grupo topo, mas escrevo neste momento também para exprimir alguns pensamentos que me vão surgindo e que decidi partilhar convosco hoje e a partir de agora regularmente, com fotos, vídeos e textos sobre coisas banais, profundas ou assim-assim.
Até já e até sempre,
Pedro
Roger
