terça-feira, 3 de abril de 2012

Com o passar do tempo, aprendes



Com o passar do tempo, aprendes; aprendes coisas importantes, coisas pequenas e coisas assim-assim, mas aprendes, porque se não aprendes, ficas parado, a ver a vida passar e arriscas-te, seguramente, a levar tão pouco deste mundo que te arrependes.

Sem clichés nem frases feitas, acredito sinceramente que estamos neste mundo para dele sair com um belo pedaço, tal como sempre costumo dizer, viver medianamente não é a medida do correcto, os cinzentos foram reservados para o céu e para os estados do tempo, na vida, ou se é branco ou se é preto! Só dessa forma poderemos dizer, ao dar o último suspiro, que vivemos ao máximo e da melhor forma possível, seja o que for que dela levarmos..

Agora, o que cada um leva desta vida, isso já não são considerações que caibam neste âmbito, não posso falar por todos e é um daqueles casos em que realmente cada um saberá de si! Não obstante, há coisas que não são para se perceberem, ao mesmo que o são, enquanto deverão estar, com a nossa idade, intrínsecas. Esta é uma delas. Por vezes não a consigo explicar apesar dela não me sair da cabeça; não a consigo exprimir apesar de conseguir dizer muitas palavras sobre ela...

Acho que já ninguém vive de verdade.
A este respeito, transcrevo algumas partes de um texto do Miguel Esteves Cardoso que transmite esta ideia, ainda que apenas parcialmente.
"Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão. Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática. Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado. Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria. (...) O amor tornou-se uma questão prática. O resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade, ficam “praticamente” apaixonadas."

O que eu pretendo transmitir é, no fundo, tal como fez o MEC, um elogio à pura vida, de que tantas vezes falo e que, com poucas excepções, poucos entendem, que está presente nas noites perdidas até às 10h da manhã ou nos Sábados a visitar os "sobrinhos", presente nos dias intermináveis de trabalho terminados com uma jola entre amigos e nos dias em que por mais cansados que estejamos só apetece sentar e ouvir como foi a semana dela/dele. Acima de tudo, o que pretendo é fazer um elogio e expor a amizade pura, o amor puro, a vida pura, estúpida, fiel, sem palmadas nas costas nem apertos de mão fraquinhos! A vida pura de abraços apertados, de murros na mesa, de rasgos de ousadia, de amizade de ficar ao lado seja em que circunstância for, de percorrer quilómetros, de fazer esforços, de cometer loucuras e sacrifícios, sem conveniências nem meias palavras, antes choros desmesurados e sorrisos largos!

E a pura vida é transversal, seja no amor, na amizade, nas relações familiares ou profissionais, quem vive de forma pura, vive de forma intensa cada momento do seu dia, cada conquista, cada ambição realizada, sonho desejado.. E quando assim é, ou quando assim for, tudo bate certo, marcamos os outros com o melhor de nós mesmos e a nós próprios com a mais pura consciência de dever cumprido, poderemos envelhecer sabendo que demos tudo, não guardámos nada e nos expusemos ao melhor de nós e à análise do mundo inteiro e...soube bem!

Seguramente alguns pensarão que dá trabalho, que nem sempre faz sentido, outros a carapuça não lhes servirá e outros ainda nem sequer se darão ao trabalho de parar para pensar ou nem sequer atingem metade das palavras aqui escritas, mas porque não escrevo para que todos me "saibam ler", mas apenas porque gosto de partilhar com a maioria sentimentos e pensamentos que não cabem numa conversa de café, arrumando cabeças e corações, aqui fica a reflexão verbalizada.

Amem sem rede
Chorem à porta de alguém de que gostem de verdade
Fiquem acordados até tarde
Deitem-se cedo com alguém que amem apoiado sobre o vosso peito/ombro
Acompanhem os vossos filhos à escola e em todos os momentos importantes
Batam em que vos faz mal
Façam carícias sem vergonha
Beijem em público
Dancem que nem perdidos
Vistam-se bem
Tenham prazer em andar rasgados
Façam quilómetros para dizer um simples olá
Vão buscar um amigo ao aeroporto
Levem o amor da vossa vida ao aeroporto
Chorem porque não sabem como resolver um problema familiar
Riam porque a saúde está de volta
Visitem os que gostam de vocês
Saibam receber na vossa casa
Cativem, investiguem, invistam
Saibam o que esperar de cada um que vos rodeia
Moldem as amizades e os amores com a mestria de um coração inteligente e racional
Façam amor, jantem fora, bebam muito, fiquem sóbrios, agarrem, abracem, gritem, falem baixo
Percam noites, aproveitem os dias
Vivam largo, vivam tudo!

Acredito de verdade que existem dois tipos de pessoas (pelo menos), os que se identificam com esta forma de ser e os restantes; não são meras considerações teóricas nem lirismos sem aplicação prática, está em causa uma verdadeira escolha de vida! Sem pretender concordância, unanimidades ou elogios fáceis, fica o apelo, o desabafo e, enquanto amigo dos que me leiam, o conselho ;)

Até breve.
Beijos e abraços.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

2012



2011 não foi, de facto, um ano fácil, especialmente para mim..as palavras têm escasseado e só agora me deu para isto; por essa razão, mas também por outras, as minhas sinceras desculpas.

Mas interessam-me mais as "outras razões" que estão na origem do esmorecer deste nosso espaço...
Falta de paciência para escrever? Já não ter tanta piada chamarmo-nos a nós próprios "topo"? O grupo estar a desintegrar-se? Ainda que haja um pouco destas três, acho que acima de tudo tudo terá a ver com estarmos mais maduros e não ser preciso pendurar faixas com a nossa amizade, porque a partir de certa altura já está subentendido e nos é intrínseco, menos mal.

Não obstante, creio que não nos fará mal nenhum parar para pensar, ainda que a maioria de nós não goste muito dessa tarefa, dá trabalho e envolve trabalhar com o coração e isso não é algo que a generalidade assuma de forma evidente; eu gosto e mais uma vez aqui estou para sentir o pulso à malta, ainda que em moldes mais sintéticos.

Entram elementos, saem outros, jantares continuam, aniversários se perdem, as viagens metem festa e calma e, na sequência do post anterior, estamos, efectivamente muito mais crescidos! Venham os churrascos caseiros, os sobrinhos, as despedidas de solteiro e os divórcios! (esta parte agrada-me apenas por razões profissionais)..

Por isso, é com agrado e com zero nostalgia que falo de nós, continuamos um grupo incrível, invejado, cobiçado, que está em todas, mas que soube crescer e evoluir, felizmente, na direcção certa, continuamos estúpidos no bom sentido e os próximos anos serão, seguramente, recheados de mais momentos inesquecíveis, de amor e de amizade boa mas boa!

Termos em que, atento o exposto, até muito breve e até sempre!

Beijinhos e abraços,

Roger